quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Vontade

Enjoei! 
Sim, simplesmente enjoei. 
Não quero mais!

Enjoei sem temer que o enjoar
Fosse uma liquidez intrínseca
Da minha própria vontade.

Logo a vontade que é uma grandeza
Mais imperativa que a verdade!
Em mim solidifica-se, faz viga. 

Tudo por sua natureza límpida.

Um impulso em constante transformação
Que, para permanecer, renova-se.
Sendo cada renovar uma inédita direção!

Sim,
Minha vontade se perpetua 
Pela leveza volátil que seu âmago insinua.

Irônico triunfo do fraco!

A fraqueza indestrutível de uma bruma esparsa
Que compõe e sustenta a estrutura, a face mais pura,
Da liberdade: suas asas.

[...]
Eu aqui, já ao nível do ar, 
Temo por suspeição propagar: 
A força motriz do impulso do desejo do vazio,
Moldável à Vida e aos seus caprichos imponderáveis.


Vitor "Bardo" Ventura.