quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vingança

Nas curtas páginas de sua vingança
Fez questão de mostrar sua sombra
Gesto feito para aterrorizar
Quem sempre esteve acostumado a amar

Para sua surpresa nada vi
Falei, ouvi ou percebi
Pois quando olhei só senti pena, dó
Nada pude ver se tudo era escuro ao seu redor

E você continuou na penumbra
Parada, estática, cega e muda
Apenas ódio, pavor, um completo nó
Dessa alma rasa, eu sei, só restaria o pó

E durante tanto tempo se embriagou de ilusão
Sem razão, aos poucos, matou sua terna paixão
Assim fez de tua vida uma breve parábola
Sem amor, sem sombra, sem nada.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O Prazer é Todo Meu.

A primeira vez que eu te vi
Foram olhares perdidos
À margens de uma doce canção
Tentando explorar o desconhecido

Não existiram palavras suficientes
Naquela bela oração
Musicada de forma leve e sincera
Celebrada em comunhão

Só restaram sorrisos espontâneos
Admiração correspondida
Mas a hesitação foi tamanha
Que mais tarde, no adeus, não houve se quer despedida

Ficaram as lembranças e a esperança
De que tudo que é bom um dia volta
As perguntas certas encontrarão respostas
Antes que minha sanidade ávida de agora
Seja completamente retalhada em postas.