quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Eu te quero em liberdade!
Sem pretensões,
Floretos ou folders em branco.
Sou apenas um canto
Empático a suas duras profundas verdades.

Que um dia possam me inspirar.
E ser como tu, soberana!
Proporcionar-me entender,
E amar, essa robusta autonomia cigana.

Sentir-me num universo que não se basta.
No aforismo das emoções,
No limiar das razões,
No interpretar impreciso,
E, por ser assim, exímio,
dessa vida ingenuamente julgada.


Vitor "Bardo" Ventura.

domingo, 20 de maio de 2018

Momentos avessos

Encontros casuais,
Contato profundo.
Todo segundo é um mundo
De frações calorosas do meu ser.

Se assim não for,
Muito em mim me incomoda.
Toda nossa fuga é minha culpa,
E isso sempre me apavora!

Eu, meu freio justo de mim mesmo.
Fábrica de tudo que é saudade,
De incongruentes intensos desejos.

Desperdiço-me.
Desperdiço você,
Meu lado bom...
...Nossas possibilidades.


Vitor "Bardo" Ventura.

sábado, 31 de março de 2018

Jaz a Paz.

A paz pereceu!
Enganada, sonegada, estuprada,
Trocada a preço de nada.

Pouco antes, ainda viva velada.
A paz emudeceu!

Seu grito preso de eficacia indiferente.
De gente fraca que disfarça uma voz quente.
Milhões de veias estouradas em gargantas ausentes,
Expurgando palavras suaves que o instinto jamais entende.

Sim, é nossa Paz que nos trai.
Ela reina inocente!

Fraca, sem álibi, dolosa ingênua cena.
Seu sorriso não ganha,
só sua alma que pena...

...Ineficaz,
Passiva, frágil e soturna.
E sua essência frígida que pulsa
Harmonias de postas dilaceradas!

Manipulada,
És a própria negação da guerra
Que insiste em competir calada!

Jaz a paz,
E toda sua espectra beleza!

Nobre jaz!


Vitor "Bardo" Ventura.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Anseio de um Político. (Esperança esquartejada)

Deixou que eu te matasse.
Só assim pude sentir o prazer
De provar o mais profundo controle.
Por todo seu corpo, sua mente, seu espírito!

E sentir no ar o cheiro da tua morte,
Que de te exalou como carne fresca
Na feira dominical de moscas sujas!

Lambuzei-me com o sangue que escorreu na arma branca.
Lavando a minha mão com o seu líquido quente.
Vendo sua alma evaporar com o calor
Da minha excitação aurora!

E então, com sua esperança esquartejada,
Gozei da paz de depois não sentir nada.
Depois de tudo escolhi o nada.
E lá morou comigo cada impulso maldito.


Vitor "Bardo" Ventura.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Toalha branca

Diga o que é meu
E levo apenas o excedente... Por inteiro!
E todo o desconforto de um hesitar preterido.
E todo tom bege que caminha comigo.

Toda tua dúvida da certeza de me amar.

Todo chegar soberbo após duras verdades.
A coerência derrotada, insignificante.
A aventura de uma eloquência fingida.

Por bem, esqueça!

Pois, nem tão pouco é sua culpa.
Somente é o meu vazio ateu que nos molda.

Não. Não se incomode

Muito menos aceite essa perspectiva turva.
Vou daqui me afastar... Te desmerecer.

Seguirei cantando a favor de fantasmas. 

Vibrando no vácuo dos sentimentos mortos.
Minha disgeusia severa do amor.


Vitor "Bardo" Ventura.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Perfeita assimetria

Observo a vida, por inteira é mudança.
É a própria vida maior que a esperança.
Em suas mutações sempre soberanas,
Transborda-se em pragmático descontrole.

Assimetria que humanos jamais espera.
Mesmo firmada por todas as eras,
Nunca nos basta em nossa ilusão de grandeza.

É a vida a medida dela mesma.
Sensato mistério exilado nele mesmo.
O presente mais rebelde
Desfrutando do mundo
Do futuro do pretérito imperfeito.


Vitor "Bardo" Ventura.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Avenida no domingo

Há diversas passagens tuas aqui.
E passam sem fim.
Com pudor ou alvoroço,
Descarte um revés.
Não há Juízo (a)Final!

Sem duvidar-se, por inteira,
Passe por mim!
Sempre foi tua a preferência.

Vem, rasgue-me se sentir!
Abuse,
Atravesse-me!

Pois, sem tu
Sou universo de mundos inabitáveis.
Uma robusta complexidade obsoleta.



Vitor "Bardo" Ventura.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Delírio incisivo.

Não reconheci ninguém.
Meus amigos eram meros primatas.
Viviam a fantasia do entendimento.
Ignoravam particularidades acinzentadas.

Tudo um disfarce inocente.
Mesmo para os mais altivos,
Mesmo para os mais dementes,
Todos sinceramente indigentes.

Logo, o susto envolveu-me sem prévia.
Uma corpulenta espessa névoa. 
Consistente!
Com sua singularidade de fazer nos sentirmos acuados,
Numa profecia abrupta de um eterno presente.

Desafiei o pânico defronte meu espelho:
Esbarrando no limite da moldura;
Ironizando as diversas caricaturas.
Encantando-me com a duvida que hoje me desvirtua

Apostei minha lógica avessa a verdade.
Mas como posso ter considerado a verdade,
Se envergonhei-me das minhas certezas?
Tudo sempre pôde acontecer!

Meu delírio, sem dó, constrangeu minha ingenuidade.

Vitor "Bardo" Ventura.