terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Delírio incisivo.

Não reconheci ninguém.
Meus amigos eram meros primatas.
Viviam a fantasia do entendimento.
Ignoravam particularidades acinzentadas.

Tudo um disfarce inocente.
Mesmo para os mais altivos,
Mesmo para os mais dementes,
Todos sinceramente indigentes.

Logo, o susto envolveu-me sem prévia.
Uma corpulenta espessa névoa. 
Consistente!
Com sua singularidade de fazer nos sentirmos acuados,
Numa profecia abrupta de um eterno presente.

Desafiei o pânico defronte meu espelho:
Esbarrando no limite da moldura;
Ironizando as diversas caricaturas.
Encantando-me com a duvida que hoje me desvirtua

Apostei minha lógica avessa a verdade.
Mas como posso ter considerado a verdade,
Se envergonhei-me das minhas certezas?
Tudo sempre pôde acontecer!

Meu delírio, sem dó, constrangeu minha ingenuidade.

Vitor "Bardo" Ventura.

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