sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Latifúndio

Admiro o vento
Enquanto balanço no seu ritmo.
Prazerosamente agarrado
À superfície serena e rebuscada
De uma fortuita folha.
Figura timidamente lisonjeada
Por compor o órgão vital 
De uma amendoeira qualquer.

Flutuo no intervalo que constitui 
A ínfima espessura de toda essa estrutura.
Película de exterioridade íntima!
Camada improvável, quase divina,
Que impõe os limites de cada ser.

Porém, agora por mim lograda,
És possibilidade compartilhada!
Sem contrato prévio algum acertado
Sobre esse nosso mesmo instante inviolável.

Latifúndio absurdo para um ser profano:
Onde as emoções não se estruturam;
Onde os sentidos não alcançam;
Nem tão pouco a Razão considera.



Vitor "Bardo" Ventura.

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